Agropecuária Regenerativa: Desafios e Oportunidades

A agropecuária regenerativa está ganhando destaque em um mundo cada vez mais preocupado com a sustentabilidade e a conservação ambiental. Este termo, que surgiu há quase meio século, foi resgatado em meados de 2016, ganhando o apoio de várias ONGs de renome e empresas multinacionais.

A agropecuária regenerativa (AR) é um conceito que engloba tanto a agricultura quanto a pecuária. Ele se baseia em práticas que visam regenerar o ecossistema, melhorando a saúde do solo, a biodiversidade e oferecendo benefícios ambientais, sociais e econômicos. Existem várias definições de AR, e cada grupo defende diferentes práticas necessárias, recomendadas ou proibidas. No entanto, dois desafios são frequentemente associados à AR: a restauração da saúde do solo, incluindo a captura de carbono para mitigar as mudanças climáticas, e a reversão da perda de biodiversidade.

Os sistemas integrados são uma prática fundamental na AR. Eles envolvem a combinação de agricultura, pecuária e silvicultura, criando um sistema sinérgico onde o todo é maior do que a soma de suas partes. Esses sistemas têm o potencial de melhorar a fertilidade do solo, aumentar a biodiversidade e oferecer um ambiente mais confortável para os animais. As raízes profundas das plantas forrageiras contribuem para a estrutura do solo, aumentando a porosidade e a capacidade de infiltração da água, reduzindo a erosão e permitindo que as raízes das plantas acessem mais nutrientes e umidade. Outra prática relevante na AR é o consórcio gramínea-leguminosa. Este método evita as emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas ao uso de fertilizantes nitrogenados, graças à fixação biológica de nitrogênio (FBN). O consórcio gramínea-leguminosa pode resultar em aumentos significativos na produção de grama e na produção de carne por hectare. Além disso, a melhor cobertura do solo reduz a perda de solo por erosão, especialmente em solos arenosos.
Os bioinsumos, particularmente os inoculantes biológicos, são uma ferramenta poderosa na AR. Microrganismos como Azospirillum brasilense e Pseudomonas fluorescens têm mostrado resultados promissores em pastagens, aumentando a produção de forragem em mais de 20%. Além disso, os bioinsumos podem aumentar o teor de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) na biomassa da forragem, melhorando seu valor nutricional.

O controle biológico de pragas é outra prática importante na AR. Embora o custo de aquisição possa ser alto em comparação com os pesticidas sintéticos, o uso estratégico de inimigos naturais das pragas pode resultar em redução de custos e menores impactos ambientais.
A reciclagem de dejetos é uma prática essencial na AR. Embora possa haver custos iniciais associados à implementação de sistemas de reciclagem de dejetos, muitas fazendas grandes estão substituindo quase completamente a adubação química pela adubação orgânica.
A agropecuária regenerativa, embora promissora, apresenta seus desafios. No entanto, existem várias práticas regenerativas disponíveis que são viáveis, oferecem uma boa relação custo-benefício e representam um avanço significativo em direção a uma agricultura e pecuária mais sustentáveis. Com a adoção de tecnologias e práticas inovadoras, a AR pode ser o caminho para um futuro melhor para os produtores rurais e para a sociedade como um todo.

 

Fontes:
Embrapa
Scot Consultoria
Agrop regenerativa (foto)

Agropecuária Regenerativa: Desafios e Oportunidades
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