Lançamento Ruziziensis BRS Integra: Ótima opção para ILP e produção 20% maior que cultivar da mesma espécie.

A BRS Integra é uma Brachiaria ruziziensis que possui um potencial para produzir 20% mais massa forrageira comparado a cultivar da mesma espécie (a Kennedy) e além disso quando falta alimento para o gado, prolonga o tempo de pastejo na entressafra. Depois de mais de 15 anos de trabalho dentro do Programa de Melhoramento de Forrageiras da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora, MG), a nova cultivar foi desenvolvida para agregar no mercado de pastagens e será ótima para sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP), como o próprio nome já diz.

No dia 21 de março de 2021, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) expediu o certificado de proteção dessa nova cultivar que terá seu pré-lançamento. Inicialmente, seu uso esta validado no bioma Mata Atlântica, porém estudos já foram iniciados nas unidades da Embrapa em Goiás e no Mato Grosso do Sul, visando sua indicação para plantio no Cerrado, bioma o qual a Embrapa avalia concentrar maior demanda de uso porque reuni maiores áreas de ILP.

Já entre dezembro de 2017 e novembro de 2019, na avaliação em pastejo com rebanho leiteiro, realizada no campo experimental da Embrapa em Coronel Pacheco (MG), as duas ruziziensis demostraram potenciais produtivos semelhantes durante meses chuvosos. Nos meses mais secos surgiu a diferença à favor da Integra, nesse período a média de massa seca de forragem ficou em 3.785 kg/ha (Kennedy) e 4.561 kg/ha (Integra). A BRS Integra também teve destaque em massa de folhas, produzindo média de 1.837 kg/ha contra 1.352 kg/ha da Kennedy.

Foram usados nesse experimento 20 piquetes de 1.350m² cada, sendo 10 piquetes para cada cultivar, com linhas espaçadas 30 cm entre si. Os capins foram pastejados por vacas em lactação com peso corporal médio de 530kg nos meses chuvosos, e nos meses secos por matrizes não lactantes, além de novilhas em recria.

Segundo o pesquisador da Embrapa Gado Leite, Fausto de Souza Sobrinho, a nova pastagem será lançada com recomendação de uso para produção de palhada, que é essencial no plantio direto. “Mas é evidente que o componente animal também será beneficiado, sobretudo o chamado boi-safrinha.” avisa Fausto. Não foi feito com bovinos o teste de valor de cultivos e uso (VCU). “Tivemos de usar ovinos, em função da pouca disponibilidade de área, mas já constamos diferença em ganho de peso entre os dois capins”, observa o pesquisador.

Alguns estudos já estão em andamento com gado de corte nas unidades Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás, GO), Cerrados (Platina, DF) e Agropecuária Oeste (Dourados, MS). “Um VCU já foi concluído no Cerrado. Apesar dos dados ainda não terem sido tabulados, já sabemos que a BRS Integra confirmou bom desempenho, até
aumentando um pouquinho a diferença de produtividade na entressafra”, revela.

Ainda de acordo com o pesquisador, é importante destacar que em comparação com a ruziziensis clássica, a nova cultivar demora mais um pouco a sentir falta de chuvas, além de rebrotar com mais velocidade no início das águas, trazendo assim boas perspectivas para a agricultura e pecuária. Somando as duas pontas (transições águas/secas e
secas/águas) é possível ganhar entre 30 e 45 dias a mais de pastejo com certa qualidade.

As sementes estão sendo produzidas por 12 associados da Unipasto nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Mato Grosso. “Não sabemos até que ponto a escassez de chuvas trará prejuízos. Podemos até colher uma boa quantidade de sementes, mas com capacidade de germinação inferior” explica Bruno Campos de Carvalho, chefeadjunto de transferência de tecnologias da Embrapa Gado de Leite. De acordo com ele, a Embrapa distribuiu cerca de 600 kg de sementes para multiplicação em aproximadamente 100 ha.

De acordo com Marcos Roveri, gerente executivo da Unipasto, haverá uma demanda muito grande pela Integra, por conta do crescimento da área destinada à integração lavoura-pecuária no Brasil. Perdendo apenas para Marandu, a ruziziensis disponível nos dias de hoje no mercado é a segunda cultivar mais plantada pela Unipasto, e a projeção é
que a Integra siga pelo mesmo caminho.

Fonte: DBO

Lançamento Ruziziensis BRS Integra: Ótima opção para ILP e produção 20% maior que cultivar da mesma espécie.
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