Nova Tecnologia de plantio aumenta até 26 sacas por hectare na Região Sul

No Rio Grande do Sul foi implementado uma técnica de plantio nas terras baixas que possuíam características de solos com deficiência de drenagem natural, essa técnica garantiu um aumento na produtividade da soja.

No uso do sistema sulco-camalhão, que consiste em plantar a cultura em uma área elevada, ou seja, camalhão, e onde os sulcos laterais servem para escoar a água da drenagem e também da irrigação, e também paras os rodados das máquinas, foi registrado bons resultados durante o estudo da sua viabilidade.

Houve um aumento na primeira safra da pesquisa de mais de 20 sacas/hectare somente com a irrigação por sulcos, isso comparado à média da produção da área que não fez uso da tecnologia. Na segunda safra o aumento foi de 20 para 26 sacas/hectare, e o custo da aplicação dessa tecnologia, em média, ficou por volta de R$ 637/hectare.

O resultado tem sido bastante positivo segundo a equipe envolvida nesse projeto, conforme destaca o pesquisador da Embrapa Clima Temperado José Maria Parfitt “Os resultados têm sido muito bons, gerando estabilidade de produção. No sistema convencional, em anos secos ou de muita chuva, a produção de soja e milho é baixa. Já em anos em que está tudo bem com o clima, produz bem. E no sistema sulco-camalhão do Projeto Sulco temos tido boas produções com estabilidade”

O estudo mostrou que quando se tem um bom trabalho de adubação na cultura da soja, é possível ter um alcance de aproximadamente 5 mil quilos/hectare, considerando o uso de boas cultivares de tendo uma boa estabilidade. Esse cenário não diverge quando olhamos para a cultura de milho, nela é possível alcançar até 12 toneladas de grão ano a ano.

Luciano Centeno ressalta quanto à viabilidade econômica dessa tecnologia, pois foi preciso considerar as cotações da época, os custos adicionais para a realização da irrigação e da drenagem por sulco-camalhão, resultando uma média de 3,5 sc/ha, indicando excelente viabilidade econômica do sistema. “Os custos adicionais incluem a suavização, a construção dos sulcos-camalhões, a aquisição dos politubos e o custo da água e energia para irrigação”. Ele enfatiza que a suavização é um investimento, sendo adicionado aos custos na forma de depreciação em cinco anos.

Além disso ele também observou que apesar de o regime de chuvas da safra 2020/2021 ter corrido normalmente, as áreas irrigadas pelo sistema sulco-camalhão produziram, em média, 23 sacas a mais por hectare do que as áreas de sequeiro do mesmo produtor. “Os custos adicionais para a implantação e execução da irrigação por sulco-camalhão foram um pouco maiores do que na safra anterior e, mesmo com os preços da saca de soja a R $170, foram equivalentes a R$ 683 sc/ha. De qualquer forma, o retorno financeiro para o produtor foi excelente”.

Há pouco tempo foram colhidas as áreas da safra 2020/2021 nas propriedades-piloto do projeto, que apresentaram produtividade mais alta que a da safra anterior. “Um dos produtores parceiros é Geovani Weber, do município de Formigueiro (RS). Ele alcançou 105,8 sc/ha, muito próximo do potencial produtivo da soja em terras baixas do RS, estimado em 107 scs/ha (6,4 ton/ha) pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)”, diz Parfitt.

O produtor Weber conta também que teve anos que eles produziam mais e em outros menos e que dependiam muito do volume de chuva, pois o solo encharcava, e dependendo também da seca, não tinham condições de fazer irrigação, ele ainda relatou que o sistema melhorou a drenagem e a irrigação e, neste ano, o desempenho e produtividade da lavoura-piloto foi surpreendente, com 105,8 sc/ha. Em contrapartida, a área de sequeiro atingiu 70 sc/ha. “Esse sistema implementado pelo projeto trouxe ótima experiência de plantio com o uso do sulco-camalhão, mostrando que funciona perfeitamente. Pretendo fazer esse manejo de plantio em toda minha lavoura de várzea”, afirmou ele.

Fontes:  canalrural.com.br

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