Seu pasto é uma lavoura

O campo brasileiro tem uma longa e rica história de transformação. As pastagens, em particular, têm desempenhado um papel fundamental nesta transformação.
As pastagens começaram a estabelecer-se em áreas cobertas por vegetação nativa no início do século XX, intensificando-se nas décadas de 1930 e 1940. O objetivo era preparar a terra para ser utilizada em cultivos anuais como arroz, milho e algodão, e para a formação de cafezais.
Os bovinos desempenharam um papel crucial como pioneiros na substituição das densas florestas por cultivos de consumo e exportação. Na ausência de um comércio organizado de venda de sementes, o plantio de capim nas áreas derrubadas e queimadas era feito vegetativamente.
Mudas de gramíneas eram plantadas nas cinzas, em função da disponibilidade nos viveiros da gramínea a ser cultivada. Em regiões onde a pecuária parecia ser um empreendimento de futuro, os pecuaristas adotavam o plantio de mudas nos menores compassos.
A qualidade do plantio de pastos melhorou com a intensificação do comércio direto de sementes entre as propriedades agropecuárias. As vastas pastagens plantadas por mudas forneciam sementes para a expansão das áreas da própria empresa e excedentes para a comercialização.

Até as décadas de 1930 e 1940, a predominância era de espécies como Melinis minutiflora (capim gordura), Panicum maximum (colonião ou guiné), Hyparrhenia rufa (capim Jaraguá) e Brachiaria mutica (angola ou fino).
Naquela época, não existiam práticas de manejo de solo, correção de acidez, fertilidade ou conservação do solo. Os pecuaristas utilizavam capins rústicos, beneficiados pelas condições climáticas favoráveis e pela qualidade do solo de áreas recém-desmatadas.
A pecuária moderna vem adotando tecnologias para melhorar a qualidade do solo, do rebanho e das pastagens. O objetivo é mudar o modelo tradicional da pecuária brasileira para um sistema produtivo moderno, que considere a adoção de tecnologias e a relação custo-benefício proporcionada por elas.

A produtividade média da pecuária de corte brasileira varia de 2 a 3 arrobas por hectare por ano, com uma taxa de lotação de 0,5 a 1,0 UA/ha. No entanto, graças à sua dimensão continental, o Brasil tem atualmente o maior rebanho do mundo, com cerca de 223 milhões de cabeças de gado, e é o maior exportador de carne bovina.
A área de pastagens não tem aumentado, principalmente devido à redução do desmatamento, à regeneração de áreas de reserva legal e ao avanço da agricultura. Isso indica que a área de pastagens não é limitante para o crescimento da produção animal.

A pastagem é uma lavoura e a produção esperada são quilogramas de carne ou leite por hectare. Para aumentar essa produção, é essencial adotar as tecnologias disponíveis, corrigir a acidez e manejar a fertilidade do solo, escolher a forrageira adequada e adotar práticas sementes de alta qualidade e certificadas. A Embrapa tem lançado várias opções que atendem a diferentes situações e estão ajudando a transformar a pecuária brasileira em um sistema produtivo moderno e sustentável.

Fonte:
Embrapa

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