O cultivo de braquiárias, em consórcio com o milho ou individualmente, é uma boa alternativa para diversificar os sistemas de produção, os quais normalmente, utilizam poucas espécies, como por exemplo, a sucessão contínua soja/milho de segunda safra.
Pesquisas conduzidas na Embrapa Soja comprovaram que o cultivo de braquiária ruziziensis (Urochloa ruziziensis) e Piatã (Urochloa brizantha cv. BRS Piatã) na entressafra da soja, como cultura de cobertura, aprimora diversos atributos do solo, gerando o aumento de produtividade da soja em sucessão, comparativamente ao pousio. Um dos principais benefícios foi a redução da compactação do solo, medida por meio da resistência do solo à penetração. A pesquisa também revelou que os efeitos positivos das raízes das braquiárias sobre a soja foram mais relevantes do que os efeitos positivos da palhada. Aproximadamente 70% do aumento de produtividade da soja, em relação ao pousio no outono/inverno, foi decorrente das raízes das braquiárias cultivadas na entressafra e 30% foi decorrente da palhada dessas espécies.
As braquiárias apresentam alta capacidade de produção de biomassa de raízes e de parte aérea, mesmo em condições de baixa fertilidade do solo e, por isso, o seu uso aumentou expressivamente no Brasil nas últimas décadas. A palhada abundante fornecida pelas braquiárias permite a implantação adequada da soja em SPD, auxiliando na redução da erosão, picos de aquecimento do solo e na infestação de plantas daninhas, além de aumentar a infiltração e a retenção de água.
O sistema radicular das braquiárias contribui para a estruturação do solo, formação de bioporos contínuos e incorporação de carbono orgânico em camadas mais profundas, aprimorando os fluxos de água, oxigênio e nutrientes em seu perfil.
A presença combinada de raízes e palha confere melhor desempenho à soja do que a presença isolada de raízes ou palha.
A inserção de espécies de braquiária nos sistemas de produção de grãos, com o objetivo de produção de forragem ou para cobertura do solo, causa impacto positivo em dois fundamentos do Sistema Plantio Direto (SPD): cobertura permanente do solo com plantas e/ou palha e diversificação de espécies cultivadas.
Fonte:
Canal Rural
Embrapa