Tecnologia no campo ajuda a combater pirataria com sementes rastreadas.

Parecendo um cartaz do filme “Colheita Maldita”, a nova campanha da Abrasem
apresenta um espantalho com sorriso macabro, chapéu de pirata e tapa olho, um corvo
no ombro em meio a nuvens escuras, para ser uma referência a prática que se alastra
como praga pelo campo: o uso de sementes piratas, que aumentam a incidência de
doenças, insetos, custo de produção e de defensivos agrícolas.
O mercado está cada vez mais acirrado, então produtores estão utilizando a tecnologia
para driblar a pirataria evitando assim problemas com a Justiça. O Ministério da
Agricultura faz recorrentemente fiscalizações para acabar com a venda de sementes
piratas ou sem origem comprovada. Como em 2020 por exemplo que em uma única ação
apreendeu 2.700 toneladas de sementes piratas de soja em um terreno irregular em
Campo Verde (MT).
De acordo com a Abrasem são quase 30% das sementes plantadas no Brasil são
falsificadas (podendo chegar a 90% no caso do feijão), e os prejuízos causados são mais
de R$ 2 bilhões por ano.
Por conta dessa pirataria, o Ibrafe (Instituto Brasileiro de Feijão) anunciou em maio
deste ano uma parceria com uma empresa que no Brasil possui os direitos de uma
tecnologia suíça de identificação, autenticação e rastreamento de produtos, com o
objetivo de antecipar a questionamentos mais recorrentes do mercado internacional.
Com um aplicativo, o produtor consegue ver toda a procedência da semente cadastrada e
etiquetada com um código antifraude e um registro de destinação. Afixadas nas sacarias e
bigbags, essas etiquetas de segurança possibilitam serem acompanhadas por
distribuidores, transportadores e revendedores.
A empresa desenvolvedora do programa, a Ceptis, até o momento já registrou mais de
860 downloads do app batizado de “Semente Legal”. Além de combater a pirataria, o
aplicativo também ajuda a medir através de satélites e sensores, a sustentabilidade do
processo produtivo com a ferramenta TrustScore, que analisa os critérios econômicos,
sociais e ambientais.
A tecnologia tem causado um efeito-dominó na área rural, segundo Roberto Miyamo,
responsável pela área de pesquisa e desenvolvimento da Ceptis Agro. “Com uma
pastagem de melhor qualidade, o rebanho passa a ser mais produtivo.
Consequentemente, o comércio é fortalecido com mais produtos disponibilizados”,
explica.
O que inicialmente atendia somente as sementes forrageiras, agora atende também
produtores de feijão e diversas leguminosas como lentilhas, ervilhas e grão-de-bico. Por
enquanto o programa tem como público-alvo os vendedores e produtores, mas em breve
irá conectar os produtos aos consumidores. “As pessoas têm interesse em saber que
garantias você tem daquele produto. É uma exigência. Hoje as redes de supermercado já
privilegiam nas gôndolas os produtos com origem (certificada)”, diz o presidente do Ibrafe.

 

Fonte: Uol

Tecnologia no campo ajuda a combater pirataria com sementes rastreadas.
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