Em um cenário no qual, cada vez mais, o setor agropecuário vê a necessidade de aumentar a produção de alimentos para o mercado interno e externo integrando a sustentabilidade, o desenvolvimento da chamada Carne Carbono Neutro (CCN) veio com força total para compensar os impactos causados pela agropecuária e agregar valor ao produto.

O conceito CCN tem como objetivo contribuir para fomentar sistemas de produção pecuários mais sustentáveis, principalmente, no aspecto ambiental. Por serem responsáveis por emitirem metano, um dos gases do efeito estufa, os bovinos têm sido alvo de pesquisas que buscam estimar e reduzir a quantidade dessas substâncias gasosas prejudiciais ao planeta.

A partir de estudos realizados com bovinos e eucaliptos no sistema de integração pecuária-floresta, a Embrapa de Gado de Corte de Campo Grande (MS) notou que as árvores têm um elevado potencial de sequestrar o metano e neutralizar as emissões de gases de efeito estufa pelo gado. Além disso, as árvores também proporcionam sombra aos animais e, consequentemente, bem-estar – fator esse que está diretamente ligado à qualidade da carne.

Para obter a certificação da Carne Carbono Neutro, foi desenvolvido um protocolo específico que passa por processos de parametrização e auditoria. Esse reconhecimento é realizado por profissionais habilitados pela Embrapa que vão certificar que a carne produzida nesses sistemas tiveram suas emissões de metano compensadas pela presença da árvore.

Desde seu lançamento oficial em 2015, o Estado do Mato Grosso do Sul foi o primeiro a iniciar o processo de instalação de políticas públicas para impulsionar a marca CCN em seu território. Segundo Wolney Felipe, gerente de Florestas da Fazenda, o estado sul mato-grossense já tem uma estrutura formada para isso, com florestas e sistema de integração bem desenvolvidos e afirma que as vantagens da integração pecuária-floresta são evidentes não só em termos de ganho para o meio ambiente, mas também em conforto animal e produtividade.