Setor da agricultura poupa 71 milhões de hectares a partir da adoção de novas tecnologias

Em um estudo realizado pela Embrapa foi comprovado que o uso de tecnologias sustentáveis na agricultura geram economia de terras de cultivo. Somente no caso da soja foram 71 milhões de hectares de áreas plantadas a menos, o que corresponde à soma dos territórios de Irlanda e França.

Sem o uso dessas tecnologias seria necessário plantar uma área três vezes maior para alcançar a mesma produtividade que temos hoje ou 195% maior. Ao mesmo tempo, o incremento em produtividade vem em 1,9% ao ano, entre 1960 e 2020.

As tecnologias denominadas poupa-terra estão entre os principais destaques da agricultura tropical brasileira pela capacidade de aumentar a produção de alimentos em áreas já utilizadas para cultivo, evitando desmatamento de florestas e áreas de matas nativas. O progresso tecnológico dos últimos 40 anos na avicultura e suinocultura garantiu uma posição no ranking das melhores do mundo.

Muito desse sucesso deve-se ao processo de conversão alimentar, a quantidade de ração que um animal precisa consumir para cada quilo de peso que ganha. Essa tecnologia é o resultado direto dos progressos obtidos ao longo dos anos em vários segmentos, como o melhoramento genético, nutrição, sanidade animal, manejo e ambiência.

Entre as principais tecnologias poupa-terra já consolidadas no Brasil, se destacam os sistemas ILPF, que integram lavoura, pecuária e floresta em uma mesma área. Esses modelos podem utilizar cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de modo que todas as atividades se beneficiem. Eles ocupavam uma área de aproximadamente 11 milhões de hectares no Brasil em 2015. Em 2021, esse número saltou para 17 milhões. É a modalidade de sistema agroflorestal (SAF) mais utilizada no País, representando 83%.

Os sistemas ILPF aliam produtividade e benefícios ambientais, especialmente para a diminuição da emissão de gases de efeito estufa. Outra tecnologia poupa-terra importante no agro brasileiro é o Sistema de Plantio Direto (SPD). Seria uma forma de manejo conservacionista que mantém a cobertura do solo, através da manutenção dos restos culturais e de colheita e palhas. Diminuem a compactação do solo, manutenção da umidade, redução da erosão e do assoreamento dos recursos hídricos.

A fixação biológica do nitrogênio (FBN) é realizada por bactérias presentes no solo ou adicionadas por meio da prática da inoculação. Essa tecnologia foi escolhida como um dos pilares do Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC) do Ministério da Agricultura, ao lado da ILPF e do SPD. Plano esse criado para incentivar o uso de técnicas sustentáveis na agricultura, visando à redução da emissão dos gases de efeito estufa.

Por dispensar o uso de fertilizantes nitrogenados na cultura de soja, a FBN gera uma economia anual de divisas para o País da ordem de US$ 7 bilhões a US$ 10 bilhões. Os cientistas trabalham agora para estender os benefícios dos bionsumos para a disponibilização de fósforo e potássio.

Fonte: (canalrural.com.br)

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