Devido ao excesso de chuvas na região do Mato Grosso, a colheita de soja acabou tendo atrasos, se formos comparar o rendimento do cenário de colheita de soja de 2020 com a de 2021, percebemos que houve uma redução de mais de 24%. Isso se deu, pois o início da safra também sofreu com a falta de umidade no solo, ou seja, já houve uma semeadura tardia.
Esse atraso acabou fazendo com que os produtores tivessem uma perda de semeadura do milho, de acordo com o ZARC – Zoneamento Agrícola de Risco Climático, o que trará consequências para o cultivo de grão em tralhões das propriedades. De acordo com esse cenário, culturas menos dependentes de água, como o sorgo, se apresentam como uma melhor alternativa, além da possibilidade de consórcios forrageiros.
Segundo o Flávio Wruck, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa, o milho, por ter um menor investimento, ainda que nesse cenário de seca, pode se manter como uma alternativa para o produtor, pois, usando uma cultivar como a BRS 4103, é possível colher de 80 até 100 sacas com investimento menor. Ele ainda ressalva que “para quem está perto do complexo de etanol de milho, onde o preço é melhor, pode ser uma opção interessante”
Quer conhecer mais sobre a alternativa sorgo? Acesse nossa matéria “A nova cultivar de sorgo granífero e seus benefícios”, lá nós comentamos mais sobre suas características além de comentar sobre a sua nova cultivar.
Já sobre os consórcios, como destaca Flávio Wruck “são uma forma de você preparar seu solo. Ter um ganho de serviços ecossistêmicos, descompactação, adubação verde. Se você usar uma leguminosa, a entrada de nitrogênio é muito boa. A ciclagem de nutrientes é bastante interessante. Se temos um consórcio com seis toneladas de matéria seca por hectare, quando fazemos uma equiparação da quantidade de nutrientes que estará estocado nessa massa de matéria seca e comparando com as formas de NPK mineral, vemos que temos de R$ 8 mil a R$ 10 mil em nutrientes estocados por hectare. Então, é uma forma não só de preparar a segunda safra, mas também de poupar dinheiro”.
Fonte: MoneyTimes