A importância de se planejar quanto à alimentação do gado na época de seca

Se compararmos o rendimento do boi e do pasto nas épocas chuvosas com as épocas secas, percebemos que o cenário fica bem mais favorável com as chuvas, já que na seca o boi emagrece e costuma se alimentar dos brotos de pasto, prejudicando tanto o boi quanto o próprio pasto. Para que o agricultor esteja preparado para a época de seca é necessário muito planejamento.

Estimar a capacidade de produção de forragem do pasto comparado ao rebanho, é um método que torna possível prever se dá para separar um pasto inteiro na época das chuvas para ser consumido pelo gado só na época da seca, mas esse método, por mais que seja barato, exige bastante planejamento. Um outro método é a vedação escalonada das pastagens no início de fevereiro e outra em março, permitindo que o alimento cresça até a época das secas, garantindo qualidade e volume para a manutenção do animal.

É muito importante também, que o produtor saiba quantos animais precisará alimentar na época seca, e o peso aproximado para época, além de ter uma estimativa do tempo que ficará sem chuvas. Sabendo que uma unidade de animal com 450 kg come aproximadamente 10 kg de matéria seca diariamente, dá pra fazer um balanceamento e avaliar se será necessário até mesmo a redução do rebanho.

Outra medida que pode ser utilizada também é a silagem, que consiste em um produto vindo da fermentação, feito por bactérias, de forrageiras em processo de anaerobiose. Esse processo quando feito adequadamente tem valor nutritivo semelhante ao da forrageira verde. A silagem pode ser utilizada na alimentação dos bovinos e pode substituir o pasto durante o período de seca.

Além da silagem, o produtor pode optar pela plantação de cana ou pela fenação, a fenação é um processo de conservação de forragens por meio de desidratação parcial do material original. Mas, é importante que todos esses métodos sejam bem planejados e com bastante antecedência para que na época de seca já esteja com quantidade suficiente.

No centro-oeste, costumam utilizar a alternativa de integração de lavoura pecuária (ILP). Essa técnica possibilita o cultivo de pastagem e de produção de grãos ao mesmo tempo na mesma área, isso é possível graças ao consórcio entre culturas. Dessa forma, o processo permite a diversificação das atividades econômicas na propriedade e minimiza os riscos de frustração de renda por eventos climáticos ou por condições de mercado.

Um fato curioso é que, quando está terminando o período das chuvas e iniciando o período das secas, a venda de sal mineral aumenta, e os produtores rurais, a fim de manter o bom desempenho dos animais nesse período, acabam incentivando o uso do sal mineral, mas, pesquisadores confirmam que falta de mineral no solo não é o principal problema dessa época, é preciso oferecer para o rebanho boas taxas de proteína para que o gado não perca peso, pois nessa época de seca, há uma falta de proteínas e energia.

É necessário reforçar a importância do planejamento, pois sem ele, a propriedade pode ter impactos, não só nas épocas secas, e sim durante todo o ano. Impactos como: pastagem em excesso, pasto enfraquecido, gado mal nutrido, degradação do solo e crescimento de ervas daninhas. Se o produtor tiver se planejado, conseguirá manter o rebanho e pasto com um bom valor nutritivo e evitará todos os impactos econômicos negativos.

Fontes:

Scot Consultoria

Portal do Dia de Campo. Renato dos Santos, 27 de abril de 2016.

A importância de se planejar quanto à alimentação do gado na época de seca
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