Os princípios da agricultura regenerativa

As atividades no campo estão cada vez mais modernas e os avanços vão além do que se vê sobre o solo. A aplicação de técnicas como rotação de culturas, integração lavoura pecuária, manejo e cobertura de solo com plantas forrageiras integram a chamada agricultura regenerativa. Esse conjunto de ações tem aumentado o potencial produtivo de muitas fazendas brasileiras.

O sistema da agricultura regenerativa tem como foco a renovação do solo que, por consequência, aumenta a biodiversidade, melhora o ciclo da água, amplia as atividades do ecossistema, aumenta a resistência às mudanças climáticas e fortalece a saúde das terras agrícolas. Além de manter a fertilidade das áreas cultivadas, as técnicas também influem em territórios abandonados e em atividades que não são mais tão utilizadas como reflorestamento, restauração de turfas, fortificação de zonas-tampão, aquicultura ecológica, etc.

São diversas as técnicas que constituem a prática regenerativa. Dentre elas destacam-se:

1. Plantio Direto E Cultivo De Pastagens

O Sistema de Plantio Direto (SPD) é o conjunto de atividades que consiste em não revolver – ou revolver minimamente – o solo onde o plantio é feito sobre a palhada e, dessa forma, reduzir a erosão e as emissões de dióxido de carbono.

Já o cultivo de pastagens consiste na utilização de grãos como gramíneas para pastoreio e também auxilia no combate a erosão.

2. Cultivo Anual Orgânico

O cultivo anual orgânico defende a utilização de fertilizantes e pesticidas não químicos para abrandar o impacto negativo na natureza e nos seres humanos. Apesar de mais cara, os benefícios a longo prazo contam com uma população e um ambiente mais saudáveis.

3. Pastejo rotacionado

O sistema é baseado na divisão da área de pastejo em 3 ou mais piquetes de acordo com a forrageira utilizada (número de dias de descanso) e dias de ocupação (tempo que os animais permanecem no piquete). O sistema apresenta inúmeras vantagens como a intensificação do uso da pastagem que aumenta a lotação da área e, consequentemente, a produtividade. Além disso, nesse sistema a forrageira tem seu período de seu descanso e rebrote, contribuindo para a recuperação das suas reservas e para seu próprio fortalecimento.

4. Sistema de integração lavourapecuária-floresta (ILPF)

A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é uma estratégia de produção que vem crescendo bastante nos últimos anos. Trata-se da utilização de diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área com o objetivo de otimizar o uso da terra e elevar os níveis de produtividade em uma mesma área. Além de melhorar o uso de insumos, a prática ajuda a diversificar a produção e gerar mais renda e emprego. Tudo isso, de maneira ambientalmente correta, com baixa emissão de gases causadores de efeito estufa ou mesmo com mitigação desses gases.

A cobertura regenerativa já é considerada o futuro dos alimentos. Hoje, o Brasil é referência mundial, pois tem implementado muitas destas técnicas na sua prática habitual. Espera-se que, daqui pra frente, o desenvolvimento de métricas como a indução de carbono no solo consiga mostrar de forma ainda mais consolidada os benefícios para o homem do campo.

A agricultura regenerativa foi, praticamente, uma chave para a produção. O sistema ajudou muito na parte de cobertura de solo e, consequentemente, em uma maior produtividade” – Edson Carlos Bergoça, gerente operacional da Fazenda Palmeira do Norte (MT)

Fontes:

– Embrapa

– AgroPós

– Earth observing system

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