Veja os motivos dos Créditos de Carbono serem tão lucrativos

O Brasil pode lucrar bastante com a venda de créditos de carbono, afinal nós temos a matriz energética mais limpa, quando comparado à maior parte dos países desenvolvidos, e com isso podendo gerar excedentes comercializáveis bilionários, desde que a expansão do sistema se dê com o uso de fontes energéticas limpas (biocombustíveis, fotovoltaica, eólica).

Mas afinal, o que são créditos de carbono e como funciona esse mercado? Uma tonelada de carbono que deixou de ser emitida para a atmosfera é equivalente a um crédito de carbono, contribuindo para a diminuição do efeito estufa. Assim, a partir da diferença dos dois cenários, é calculado quanto de carbono deixou de ser emitido com essa substituição, gerando assim os créditos.

De maneira geral, os créditos de carbono nada mais são do que as emissões de CO2 evitadas pela substituição de combustíveis fósseis por energias mais limpas, ou pela incorporação do carbono atmosférico nos tecidos dos vegetais via fotossíntese, e tendo a semeadura direta na palha, a integração da lavoura com a pecuária, a fixação biológica de nitrogênio, o plantio de florestas e o tratamento de dejetos animais, entre outras estratégias. Entretanto, as emissões evitadas ainda são objeto de profundo dissenso entre os negociadores do novo modelo de mercado que deverá emergir das decisões da COP26 e nada garante que elas serão reconhecidas como créditos.

Com a comercialização desses créditos de carbono, é possível construir negócio lucrativo, o que pode despertar o interesse de alguns países de tentar vender o que não têm. Com o intuito de evitar isso, os créditos são auditados por instituições internacionais, seguindo um rigoroso protocolo.

Pode ser negociado por cada país ou empresa o excedente sobre a meta negociada no Protocolo de Kioto, em 1997 ou mais recentemente pelo Acordo de Paris, com as revisões efetuadas em Glasgow (COP26). Esses protocolos têm como objetivo reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, retardando e mitigando o aquecimento global e estabilizando o efeito estufa.

Mesmo que o país ou empresa não tenha condições de reduzir o volume negociado, os créditos de carbono podem ser adquiridos, porém têm a opção de comprar os créditos excedentes de outros países ou empresas que evitaram o lançamento de quantidades de CO2 eq. em volumes superiores aos compromissos assumidos por tais países. Qualquer um pode comercializar os créditos que gerar, desde que:

1- O país tenha cumprido os compromissos assumidos de redução de emissões de GEE

2- Projeto seja aprovado pela ONU

3- Os créditos sejam validados por uma certificadora credenciada.

Em agosto de 2021 um crédito de carbono, equivalente a uma tonelada de CO2 eq, valia US$ 3,13. Aqueles que conseguirem diminuir, além das metas acordadas, a emissão de GEE, ganham créditos e direito de vender o excedente. O intuito é incentivar setores da economia a se descarbonizar em grande escala, pois na prática o acesso ao mercado está limitado a grandes investidores.

De acordo com o jornalista e escritor Jorge Caldeira, em 2019, pelo menos US$ 20 trilhões de dólares no mundo estavam destinados a investimentos privados voltados para o equilíbrio ambiental, social e de governança. O Brasil poderia habilitar-se para ficar com parte desse montante, pois o país está à frente dos demais na passagem para uma economia carbono-neutro, por possuir uma matriz energética mais limpa. Mais de 60% da nossa energia elétrica provêm de fontes limpas: hidrelétricas, solar, eólica e biocombustíveis. Para obtermos créditos de carbono, é necessário investir nessas fontes e não em termoelétricas movidas a carvão, gás ou petróleo.

Porém o Brasil está caminhando para credenciar-se a usufruir das vantagens da economia carbono-neutro. Na parte do agronegócio, nosso governo em 2009, estabeleceu o Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono) como parte da estratégia de Estado na mitigação da emissão de GEE. É uma política pública composta de um conjunto de ações que visam promover a ampliação da adoção de algumas tecnologias agropecuárias sustentáveis com alto potencial de mitigação das emissões de GEE. Tal Plano foi idealizado para responder aos compromissos assumidos voluntariamente pelo Brasil em 2009 (COP-15), de redução de emissão de GEE no setor agropecuário.

O aquecimento global está cada vez mais presente no dia a dia da sociedade e deveria ser uma preocupação de todos.

Fonte: Canal Rural e Sustainable Carbon

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